CAPITALISMO MERCANTIL
Entre os séculos XV e XVIII, a sociedade européia viveu tempos extraordinários. As Grandes Navegações, a formação e consolidação do Estado Absolutista na Europa Ocidental, a conquista e colonização da América e a criação de um mercado mundial, além da transição do feudalismo para o capitalismo, são fatos que marcaram grande parte da Europa neste período. No plano da política econômica, predominou o mercantilismo. Seus princípios e diretrizes mais importantes eram:
O mercantilismo foi a política econômica do Estado absolutista e do capitalismo comercial.
A DESCOBERTA DO LIVRE MERCADO
O escocês Adam Smith (1723-1790), autor de A riqueza das nações (1776), foi o principal ideólogo da nova corrente de idéias entre os economistas. Para ele, o trabalho – e não o comércio, como pregava o mercantilismo – é a principal fonte geradora de riqueza.
Segundo Smith, as desigualdades sociais constituíam um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento – ou seja, uma condição fundamental para que as pessoas lutassem para subir na vida. Isso porque, ao promover seu interesse pessoal, o indivíduo acaba por ajudar o interesse coletivo, pois, com seus investimentos produtivos, um empresário cria emprego e faz circular a riqueza: “Não é pela benevolência do padeiro ou do açougueiro – afirmava Adam Smith – que temos nosso jantar, mas sim pelo egoísmo deles, pois, agindo segundo seu próprio interesse, os homens se ajudam mutuamente”.
Dessa forma, a harmonia e o progresso, baseados na ambição individual, seriam garantidos por um mecanismo autorregulador, que é o mercado, com sua lei da oferta e da procura. Ou seja, a lei da oferta e da procura funcionaria como uma “mão invisível”, permitindo o crescimento da riqueza e uma melhor distribuição da renda. Mas isso só seria possível se o Estado não interferisse na economia, sem fixar preços, por exemplo.
Adam Smith acreditava firmemente no poder da livre concorrência, que seria para ele o grande motor da sociedade capitalista.