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Processo de Socialização
Processo de Socialização

O Processo de Socialização

 

Cada indivíduo, ao fazer parte de uma sociedade, insere-se em múltiplos grupos e instituições que se entrecruzam, como a família, a escola e a igreja. E, assim, o fio da meada parece interminável porque forma uma complexa rede de relações que permeia o cotidiano.

Ao nascer, o indivíduo chega-se a um mundo que já está pronto, e essa relação com o “novo” é de total estranheza. A criança vai sentir frio e calor, conforto e desconforto, vai sorrir e vai chorar; enfim, vai se relacionar e conviver com o mundo externo. Para aprender a viver nesse mundo, ela vai aprender a conhecer seu corpo, seja observando e tocando partes dele, seja se olhando no espelho.

Com o tempo, a criança percebe que existem outras coisas ao seu redor: o berço, o chão e os objetos que compõem o ambiente em que vive. Percebe que existem também pessoas com as quais vai ter de se relacionar. Passa então a diferenciar as pessoas da família das demais. À medida que cresce, vai descobrindo que há coisas que pode fazer e coisas que não pode fazer. Posteriormente saberá que isso é determinado pelas normas e costumes da sociedade à qual pertence.

No processo de conhecimento do mundo, a criança observa que alguns dias são diferentes dos outros, vai entendendo que, além da casa e do bairro onde reside, existem outros lugares, uns parecidos com o local em que vive e outros bem diferentes; perceberá que existem cidades enormes e outras bem pequenas, novas e antigas.

Esse processo de conviver com a família e com os vizinhos, de freqüentar a escola, de ver televisão, de passear e conhecer novos lugares, coisas e pessoas compõe um universo cheio de faces no qual a criança vai se socializando, isto é, vai aprendendo e interiorizando palavras, significados e idéias, enfim, os valores e o modo de vida da sociedade da qual faz parte.

Os casos relatados de “crianças feras” ou “crianças lobos”( abandonadas na selva e criadas por animais) mostram claramente que somos o que somos é porque temos contato com outros seres humanos. Estas crianças que forma encontradas na selva eram criaturas capazes de andar e correr sobre mãos e pés, trepar em árvores, viver de alimentos silvestres, mostrar as presas, lutar e procriar, mas jamais puderam apresentar idéias e atitudes de conduta humana, comportamento político ou sociológico, porque à sua natureza faltavam as qualidades essencialmente humanas.

 

- As Diferenças no Processo de Socialização:

 

É muito diferente nascer e viver numa favela, num bairro rico, num condomínio fechado ou numa área do sertão nordestino exposta a longos períodos de seca. Essas desigualdades promovem formas diferentes de socialização.

Ao tratar de diferenças, temos também de vê-las no contexto histórico. A socialização dos dias atuais é completamente diferente da dos anos 1950.Naquela época, a maioria da população vivia na zona rural ou em pequenas cidades. As escolas eram pequenas e tinham poucos alunos. A televisão estava iniciando no Brasil e seus programas eram vistos por poucas pessoas. Não havia internet e a telefonia era precária. As pessoa se relacionavam-se somente com as que viviam próximas e estabeleciam fortes laços de solidariedade entre si.

No decorrer da segunda metade do século XX, os avanços tecnológicos nos setores de comunicação e informação, o aumento da produção industrial e do consumo e o crescimento da população urbana desencadearam grandes transformações no mundo inteiro.